Hoje vou falar sobre um assunto que me tem vindo a fazer comichão e que está a acontecer aqui mesmo no Porto, na unidade do SEF. Uma menina de 4 anos, de ascendência russa mas nascida em Portugal, de seu nome Alexandra, está há dez dias à guarda desta instituição, à espera de ser extraditada juntamente com a mãe biológica, para o país de origem desta. Acontece que esta criança de 4 anos de idade, há mais de 2 que está a cargo de uma família de Barcelos, que a acolheu e tratou como uma filha. Ao que parece, esta família acolheu a Alexandra porque os pais, uma russa e um ucraniano, ambos em situação ilegal, teriam problemas com a bebida e não cuidavam da menina. Receberam a Alexandra como filha, informaram a Comissão de Protecção de Crianças em Risco de Barcelos, e conseguiram uma autorização de guarda provisória, com o consentimento dos pais. Esta guarda provisória tem validade até Agosto próximo. Estamos em Junho...
Colocando as questões legais de lado, porque não entendo nada disso, eu tenho uma pergunta muito simples a fazer: porque raio continuamos uns a ser filhos da mãe e outros filhos da puta?
Lembram-se da Esmeralda, que tem acompanhamento psicológico porque é muito traumatizante para ela ser retirada da família de acolhimento, e de todo o festival que envolveu o processo da sua guarda? Ora bem, porque raio esta menina de 4 anos não tem o direito de ser tratada da mesma forma? Se é traumatizante para uma, também o é para a outra. A Alexandra não fala russo, vive à dois anos [metade da sua vida] com o casal de Barcelos, mas como pertence à classe dos filhos da puta, não se pensa nem no bem estar da menina, nem em quão traumatizante é para ela estar fechada no SEF, longe da "mãe" e do "pai", apenas se pensa em cumprir a lei. E a lei não se aplica a uma mulher que foi foragida da justiça e a um homem que foi condenado e tratado como herói, tendo sempre o desplante de se apresentar fardado em tribunal???
Pois...parece que não...continuamos a viver num país de filhos da mãe e de filhos da puta!
11 comentários:
Pois..se fosse inglesa, já estava escarrapachada nas primeiras páginas dos jornais!
Pois, mas a justiça é mesmo um bicho feio. Existem crianças que estão em centro de acolhimento temporário, enquanto a familia se recompõe ou à espera de uma adopção durante mais de metade da sua existencia onde está o temporário, e isto porque os srs juizes se refugiam na lei e esquecem que as crianças são mais do que números de processos... enfim não têm tomates em todos os sentidos....
Uns são filhos e outros afilhados. Mai nada!
Nem faço comentários...
Isto das Leis e da Justiça (que é mesmo cega pois nao vê porra nenhuma!)é cada vez mais paradoxal, complexa, injusta, sem moral...mas a APLICAÇÃO DELA é que tem os seus "Q'S" pois os jurados juizes e advogados é que têm a culpa!E estamos todos nas maos de gente desiquilibrada.Pois é...DEUS NOS LIVRE!E lá as criancinhas pra cá e pra lá neste vai-vém de INdecisoes de quem, provavelmente, nem sabe o que é educar!
nao existe justiça!!
Olha, nem comento!
Como diria uma tia minha, uns nascem pela pachacha e outros nascem pelo cu... (desculpa lá o "português")
É tão mau, tão mau, que vou ali beber uma água das pedras e reflectir nesta calamidade...
Por muito que me custe... tenho que aceitar o que dizes! Somos mesmo uns filhos da...outra! Protegemos as crianças...mas atenção à lei, essa coisa que nos torna irracionais e nos impede de ver mais além!
Um abraço infernal!
Afinal a miúda vai poder ficar cá com os pais adoptivos.
Pois, e felizmente, parece que sim.
Mas esta decisão em nada invalida a minha opinião de que uns são filhos da mãe e outros filhos da puta...e que há tratamento diferenciado consoante os casos...enfim...
Um bom dia a todos
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